Como citei anteriormente na 1ª Parte, o 10º Festival Yosakoi Soran foi uma das últimas aprestações no Via Funchal, uma importante casa de shows daqui de São Paulo.

Era um domingo de manhã, daqueles tipicos de inverno de São Paulo, ensolarados e com o céu azul mas com vento bem gelado. A assessoria de imprensa falou que poderíamos chegar mais cedo para fazer fotos do bastidores, então meu amigo Arthur Fuji passou aqui em casa e fomos juntos. Chegando lá fomos muito bem recebidos pela assessora e ela fez um pequeno tour com a gente pelo Via Funchal mostrando todos os detalhes da casa. O mezanino, os camarins, as passagem que iam do camarim para o palco e debaixo dele, a passagem que levava do estacionamento diretamente ao palco e, por último, o estacionamento, onde estavam todos os grupos a espera do horário da apresentação.

Eram por volta das 11h e a primeira apresentação começaria as 12h, então teríamos praticamente 1h para andar tranquilos e fazer os nossos registros. O Arthur me perguntou como gostaria de fazer sobre a cobertura do evento e respondi que não sabia, então ele me chamou para andarmos pelo estacionamento pois ele gostaria de me mostrar situações que ele achava interessante fotografar. Andamos pelo enorme estacionamento, onde os 17 grupos de encontravam, e conversamos sobre enquadramento, composição de imagem, o momento de registrar a foto e mais algumas outras coisas. Em determinado momento deixei ele encarregado de fazer as fotos dos bastidores falando que gostaria de fazer algumas fotos da casa e dizer meu último adeus a ela antes da primeira apresentação começar.

Subi para a pista e enquanto andava por ela comecei a lembrar de todos os shows que frequentei com os meus amigos, de todas as palhaçadas e brincadeiras que fizemos alí enquanto aguardávamos os shows começarem e soltei uma boa gargalhada, nesse exato momento passou uma pessoa da produção do Festival e fiquei com vergonha. Desci para e entrada e fiquei no final rampa relembrando todas as vezes que fui mais cedo para os shows passar o dia inteiro na fila só para pegar um lugar mais perto da entrada e chegar na grade ou todas as vezes que a fila inteira começava a cantar e a pular em uni sono alguma só para agitar por agitar.

Minha vontade era de fotografar todos os detalhes da casa, mas me contive porque a produção poderia estranhar… Já estava com vergonha por ter sido visto andando e rindo sozinho pela casa, imagina se saísse tirando foto se tudo… Então me foquei em fazer somente nas fotos do Festival. A primeira foto que fiz foi logo na entrada, quando as pessoas terminavam de subir a rampa, elas se deparavam os os troféus do Festival. Depois segui reto até a sala onde eram as coletivas de imprensa, e com as luzes todas apagadas, dei meu último adeus a ela lembrando como estava nervoso em participar da minha primeira coletiva de imprensa.

Subi as escadas rolantes relembrando todos os shows e as multidões de pessoas que subiram cantando as músicas das bandas, na empolgação dos shows que estava por vir. Aproveitei e fiz uma foto de como seria se a pessoa estivesse terminando de sair da escada rolante.

Voltei para a pista e olhei para cima, lembrando do meu show favorito e de quando o Bruce Dickinson cantou uma música inteira do meio das luzes que ficam no teto, pegando todo o público de surpresa pois ele começara a cantar e não estava no palco. Somente depois de algumas frases é que alguém percebeu que ele estava lá no alto, levando todo o publico ao delirio. Voltei para a realidade tomando um susto quando um homem começou a testar o microfono no meio do palco, olhei direto para ele por causa do susto e ele me olhou de volta com uma cara de “O que essa pessoa estranha está fazendo aí no meio olhando para cima?”. Aproveitei para fazer uma foto da pista toda arrumada para a apresentação e ele testando o microfone ao fundo.

Voltei para o estacionamento para fazer algumas fotos dos bastidores e perceber como estava clima pré-apresetanção, mas os detalhes dos bastidores eu falo em um próximo texto! 😉