Um dos motivos que sempre gostei de fotografar Shows de Rock é o que eu chamo de “O Desafio do Desconhecido” porque você nunca tem total certeza e controle do que irá acontecer.
Sim. Eu sei que hoje em dia é possível estudar como a banda se comporta em palco através de vídeos no Youtube ou ver o tipo de iluminação que gostam de usar através das fotos e também quais músicas esperar por causa do site setlist.fm, mas quando comecei a fotografar shows em 2003 não existia nada disso. Dificilmente o público tinha acesso às bandas e os registros de fotos/vídeos eram poucos, então cada show era praticamente uma novidade.
Com o tempo me acostumei com algumas coisas que são constantes, como o tamanho do Pit (o poço entre o palco e a grade de proteção do público) de cada casa de show, o tempo disponível para tirar foto dentro dele e com a variação do ritmo das luzes. Mas mesmo se preparando bastante ou já acostumado com os procedimentos dos shows, sempre vão existir fatores que estão fora do nosso controle.
Por exemplo, na semana passada fotografei a banda brasileira Armored Dawn, que fez um excelente show de abertura antes da banda principal, Saxon, entrar no placo. Em determinado momento fui fotografar o baixista e quando apertei o botão da máquina, o Roadie da banda resolveu ver se estava tudo bem no palco e acabou “estragando” a foto.
Digo “estragando” a foto porque as linhas de força das luzes fazem você fixar o olhar no baixista então a foto não está totalmente perdida, mas ao mesmo tempo a presença dele estragou o espaço vazio azul/roxo que pretendia usar para dar mais harmonia à foto. E, depois de um certo tempo olhando, a presença dele acaba puxando o seu olhar para ele ao mesmo tempo que as luzes te forçam a olhar para o baixista, dando uma sensação estranha para a foto.
Outro exemplo que aconteceu algo inesperado foi no show da banda suéca Pain of Salvation, que aconteceu no dia 29/04 aqui em São Paulo. Em uma parte do show, a banda pediu para o público berrar bem forte porque queriam mostrar para o mundo o quanto o público de São Paulo é animado. No momento exato em que bati a foto, a pessoa que estava ao meu lado levantou ao mão, estragando totalmente a foto.
Claro que existem outras coisas que podem fugir do nosso controle como: O tamanho do pit pode mudar de show pra show; o tempo para tirar as fotos; as luzes e até o set list. Mas no final das contas é a soma de todos esses desafios que me dá aquele friozinho na barriga quando todas as luzes se apagam, a gente entra no pit e o público começa a berrar.
Lembraram dos conceitos de Linhas de Força e do Vazio que utilizei para compor a primeira foto? Não? Então passem nos textos Linhas de Força e O Complemento do Vazio e relembrem!
Escrito por:
Chibbas
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NOSSA, realmente podem acontecer imprevistos… Mesmo não sendo em situações de tantos fatores como de seu trabalho, programo ao máximo dentro da minha capacidade. Felicidades, sempre, Artista Chibbas Photography!!!