Cinemateca Brasileira promove, em 10 de dezembro, a partir das 20 horas, uma sessão especial do filme “O coral de Tóquio”, de Yasujiro Ozu, com narração da benshi Angela Nagai e o acompanhamento musical de Tamie Kitahara (shamisen e koto) e Adriel Job (percussão).
No Japão, a figura do benshi era uma tradição nas exibições de filmes durante o período silencioso do cinema, narrando a película durante a sessão.
O evento acontece na Sala Cinemateca BNDES com entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão, na bilheteria do local.
Mais informações sobre este e outros eventos da Cinemateca estão disponíveis em:
http://cinemateca.gov.br/calendario/mes/2016-12
O coral de Tóquio (Tokyo no gassho)
Japão, 1931, 35mm, pb, 90′ | exibição em arquivo digital
Com: Tokihiko Okada, Emiko Yagumo, Hideo Sugawara, Hideko Takamine, Tatsuo Saito, Choko Iida
O filme narra a história de um pai de família que é despedido da companhia de seguros onde trabalhava. A demissão ocorre por ter enfrentado seu chefe e apoiar um colega que havia sido despedido por já ter idade avançada. Em crise econômica, a família do jovem deverá moldar-se às dificuldades da sua nova situação.
Angela Nagai
Bailarina e pesquisadora, Angela Nagai é mestra em artes pela Unicamp. Foi bolsista do programa Fellowship da Fundação Japão no International Noh Institute, em Quioto, no Japão, com o mestre Udaka Michishigue, desenvolvendo pesquisas de dança do Teatro Nô. Em 2005, estreou como benshi na mostra O Cinema Silencioso Japonês, no Centro Cultural São Paulo, com o filme A feiticeira das águas/Taki no shiraito (1933), de Kenji Mizoguchi.
Yasujiro Ozu
Nascido em Tóquio, em 1903, Yasujiro Ozu teve uma infância rebelde. Chegou a fugir da escola para assistir Chaplin, Pearl White e William S. Hart. O interesse pelo cinema o levou, ainda jovem, a iniciar a carreira escrevendo para benshi, ainda na época do cinema mudo.
Espada da penitência (Zange no yaiba), de 1927, foi o primeiro de uma longa série interrompida durante a guerra. Em 1937, recrutado e enviado para a China, manteve contato com o Japão enviando cartas ao jornal Asahi Shimbun.
Em 1941, O irmão da família toda (Toda-ke no kyodai) recebeu o Prêmio de Melhor Filme na votação anual da revista Kinema Jumpo. Consagrado, foi enviado a Singapura onde permaneceu de 1943 a 1945, tendo a oportunidade de assistir filmes americanos proibidos no Japão, como Cidadão Kane ou E o vento levou.
Com o fim da guerra, Ozu não apenas retornou ao Japão, mas também viu confirmada a estabilidade de sua posição na indústria cinematográfica. Recebeu, daí por diante, uma série de prêmios, incluindo os do Ministério da Educação, do Imperador e, por três anos consecutivos, agraciado pela Sociedade Nacional dos Artistas. Em 1959, foi o primeiro diretor eleito para a Academia Nacional de Arte.
Seu último filme, A Rotina tem seu encanto (Sanma no aji), veio em 1962, um ano antes de sua morte.
Embora inicialmente sua obra tenha sido considerada ‘muito oriental’ para exportação, pouco a pouco o olhar da crítica e público se abriu, até ser finalmente consagrado mundialmente. Hoje, seu nome é frequentemente citado junto aos melhores diretores de todos os tempos.
‘O coral de Tóquio’, de Yasujiro Ozu
com narração de benshi
Data: 10 de dezembro de 2016
Horário: 20 horas
Local: Sala Cinemateca BNDES (210 lugares)
Classificação: Livre
Ingressos: Gratuitos
Ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão, na bilheteria
Realização: Cinemateca Brasileira
Apoio: Fundação Japão em São Paulo
Texto por: Fundação Japão