A receita é simples. Basicamente mistura-se farinha, água, banha e sal, acrescenta-se o recheio e temos o pastel. Você já deve ter percebido que a maioria dos donos das pastelarias ou barracas de pastéis na feira é oriental. Mas por que será que isso acontece?

Conheço duas versões da história do pastel: a primeira é que o pastel surgiu de uma adaptação da receita do rolinho primavera, quando os imigrantes chineses chegaram ao Brasil e não havia os ingredientes necessários para o preparo. A segunda (que eu particularmente mais gosto) é que o pastel tem origem na adaptação da receita do guiyoza por imigrantes japoneses da cidade de Santos.

Gosto dessa segunda versão porque ela se conecta à história da minha família. Meu avô, Chinjun Kanashiro veio do Japão na década de 40 e fixou-se na cidade de Santos, onde aprendeu a técnica do pastel com um tio e trouxe para Guarulhos, sendo o primeiro pasteleiro da cidade.

Meu pai, Jaime Kanashiro, assim como todos os meus tios aprenderam a receita e continuaram a tradição da família Kanashiro na venda dos pastéis. No início das vendas nas feiras livres, haviam somente dois tipos de recheios: carne e queijo. Atualmente existe uma vasta gama de sabores: frango, calabresa, palmito, pizza, bauru, especial, carne seca….. e em algumas barracas é possível encontrar até pastéis com recheios doces. Mas os tradicionais pastéis de carne e queijo continuam sendo os mais procurados.

Atualmente, os pastéis são bem populares e já é costume dos paulistas irem à feira só para comer pastel e beber caldo-de-cana. Tendo sua origem certamente da cultura oriental, não é à toa que os melhores pastéis pertencem às famílias de descendentes japoneses.

Se estiver curioso para provar a receita da família Kanashiro, você pode encontrar nossos pastéis nas feiras livres de Guarulhos de terça-feira à domingo e nos varejões realizados no CEAGESP às quartas-feiras à noite e sábado e domingo de manhã.

Escrito por Cláudia Kanahsiro, fotos tiradas por Christian Misura Nastari.